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domingo, 31 de outubro de 2010

Atividades

1 – Pesquise na internet ou em bibliografia específica relativa à Semiótica da Cultura, o conceito de modelização e de códigos culturais.Transcreva o essencial do conteúdo encontrado na pesquisa que defina este conceito, citando adequadamente as referências.

Semiótica da cultura

Semiótica da cultura é uma disciplina teórica dos estudos russos. Constituiu-se no Departamento de Semiótica da Universidade de Tártu, Estônia, nos anos 60, em meio aos encontros da ''Escola de verão sobre os sistemas modelizantes de segundo grau'', reunindo professores da universidade local e também de Moscou. Explorando fronteiras com vários campos do conhecimento, deriva seus princípios da Lingüística, da Teoria da Informação e da Comunicação, da Cibernética e, evidentemente, da Semiótica.

O impulso básico da disciplina foi dado pela necessidade de entender a comunicação como sistema semiótico e a cultura como um conjunto unificado de sistemas, ou melhor, como um grande texto. Para isso, os semioticistas reelaboraram o conceito de língua, sem o qual seria impossível estender a noção de linguagem a uma diversidade de sistemas como mito, religião, literatura, teatro, artes, arquitetura, música, cinema, moda, ritos, comportamentos, enfim, os códigos e sistemas semióticos da cultura. Tão importante quanto o conceito de língua é a concepção semiótica de código. Com base nessas noções, o relacionamento dinâmico entre os sistemas da cultura foi definido como um processo de modelização, segundo a qual a cultura é entendida como texto e a comunicação, como processo semiótico. A evolução dos conceitos, durante as duas décadas de trabalhos sistemáticos, evidencia como, no interior da disciplina, se organizaram instrumentos teóricos potenciais de uma ecologia cognitiva. Na verdade, tal o horizonte que orientava a investigação do grande mestre de Tártu, o estoniano Iuri Lotman.

A disciplina homônima, ministrada no Programa de Estudos Pós-Graduados da PUC-SP, procura conservar o caráter geral dos estudos russos, examinando, problematizando e reposicionando seus conceitos centrais, tornados aqui instrumentos críticos para a compreensão dos diversos sistemas da cultura, bem como dos problemas colocados para a cultura contemporânea. Com isso, valoriza-se o trabalho de seus principais teóricos, recuperando a vasta bibliografia já traduzida em línguas ocidentais.

A disciplina abrange, portanto, dois campos de trabalho: um de investigação teórica (módulo I) e outro de análise aplicada (módulo II).

Módulo I: Semiótica da Cultura: Conceitos elementares da semiótica russa

A investigação teórica procura compreender e problematizar questões tais quais: os conceitos de cultura, de sistema e de modelização; a língua natural como sistema modelizante; a abordagem semiótica da cultura centralizada no conceito de código e de texto; os códigos culturais como sistemas modelizantes de segundo grau; as noções de texto e de não-texto na cultura; a interdisciplinaridade das tradições científicas nos estudos russos; a cultura planetária e sua semiosfera.

Módulo II: Seminários de semiótica aplicada: Análise dos códigos, sistemas e gestões culturais

Os seminários de análise aplicada têm por objetivo entender as diferentes gestões do conhecimento e os diferentes códigos e sistemas. Artes, desenho, símbolos; mito, folclore, religião, comportamentos; ritos, festas, dança, performances; teatro, cinema, rádio, televisão; moda, urbanismo, design; poesia, música, canção, literatura; jornal, publicidade, marketing, telecomunicações; corpo, genes, chips, redes. Eis alguns dos códigos e sistemas para os quais é possível se dirigir a análise aplicada.

Com isso os sistemas e os códigos passam a ser observados como sistemas correlacionais, onde, modelização é processo semiótico por excelência.

A disciplina apresenta-se, igualmente, como um fórum de debates voltado para o intercâmbio com teorias que se expandiram a partir das descobertas de Tártu. Para alimentar esse diálogo, estabelecemos um contato permanente com todos os estudos contemporâneos que criaram seus links na web.

SEMIÓTICA - teoria que trata de semiosis como propriedade do signo. Um signo só pode ser compreendido à luz de outro signo. A semiose está na raiz do conceito de modelização. Além de ser núcleo fundamental para as ciências do homem, a Semiótica sistematizou aspectos de uma teoria geral dos signos.

Modelização- Modelizar é ler os sistemas de signos a partir de uma estrutura: a linguagem natural. O objetivo é conferir estruturalidade a sistemas que, por natureza, não dispõem de um modo organizado para a transmissão de mensagens. A busca pela estruturalidade corresponde à busca pela gramaticalidade como fenômeno organizador da linguagem. Contudo, no processo de decodificação do sistema modelizante, não se volta para o modelo da língua, mas para o sistema que a partir dela foi construído.

Modelizar traduz, portanto, um esforço de compreensão da signicidade dos objetos culturais. Modelizar é semioticizar. Mito, religião, arte e literatura foram os sistemas modelizantes para os quais, inicialmente, se voltaram os semioticistas russos. Na tradição do ícone medieval, por exemplo, Boris Uspênski encontrou fundamentos teóricos sobre a modelização na pintura.

Sistemas modelizantes

São sistemas relacionais constituídos por elementos e por regras combinatórias no sentido de criar uma estruturalidade que se define, assim, como uma fonte ou um modelo. A semiótica da cultura não trata indistintamente de diferentes sistemas de signos, mas dos sistemas em relação à linguagem natural. Esta é um sistema modelizante primário dotada de estruturalidade; a partir dela é possível compreender outros sistemas da cultura, os sistemas modelizantes secundários. À luz dos sistemas modelizantes secundários, a semiótica torna-se uma disciplina para o estudo não do signo, mas da ''língua''. Os sistemas modelizantes podem ser entendidos como sistemas de signos, como conjunto de regras (códigos, instruções, programas) para a produção de textos no sentido semiótico amplo e como totalidade de textos e suas funções correlatas. Todos os sistemas semióticos da cultura são, a priori, modelizáveis; prestam-se ao conhecimento e explicação do mundo. O modelo primário de modelização é a linguagem natural, enquanto todos os demais são secundários. Alguns sistemas modelizantes secundários (literatura, mito) usam a linguagem natural como material, acrescentando outras estruturas e todos eles são construídos em analogia com as linguagens naturais (elementos, regras de seleção e combinação, níveis) que funcionam como metalinguagem universal de interpretação.

Códigos culturais por Regiane Oliveira

Todo código é um sistema modelizante: trata-se de uma forma de regulação necessária para a organização e desenvolvimento da informação. Os códigos culturais são definidos como sistemas semióticos pois são estruturas de grande complexidade que reconhecem, armazenam e processam informações com um duplo objetivo: regular e controlar as manifestações da vida social, do comportamento individual ou coletivo. Segundo tal concepção os seres humanos não somente se comunicam com signos como são em larga medida controlados por eles. Desde a mais tenra idade os homens são instruídos segundo códigos culturais da sociedade. A cultura não pode organizar a esfera social sem signos, afirmam os semioticistas.

Referências:

http://www.pucsp.br/pos/cos/cultura/campo.htm

2 – Defina, a seguir, o que você compreende agora sobre sistemas modelizantes.

São sistemas que se relacionam, formado por elementos e por normas combinatórias no sentido de inventar uma estruturalidade que se determina, bem como uma fonte ou um modelo.

Enumero as principais definições identificadas de modelização segundo alguns autores:

􀂃 representação da realidade;

􀂃 representação de determinada teoria;

􀂃 modelo de aprendizagem;

􀂃 instrumento para a aprendizagem;

􀂃 explicação formal e generalizada de um fenômeno;

􀂃 modo de simplificar a realidade;

􀂃 sistema que permite estimular ou antecipar determinado acontecimento/ comportamento;

􀂃 abstração de algo com vista à sua compreensão, antes de se iniciar a sua construção;

􀂃 instrumento ao serviço da ciência contemporânea;

􀂃 abordagem ao serviço da engenharia do conhecimento;

􀂃 essência da ciência e habitat da epistemologia (Rosen cit in “The Rosen Modeling Relation”);

􀂃 exercício de abstração, delimitação, definição de relações e criação de informação onde não está disponível (Smith, 2001).

3 - Cite um exemplo de manifestação cultural, no qual constate a ocorrência do processo de modelização (o modo pelo qual um ou mais códigos culturais presentes em uma dada manifestação podem ser reconhecidos em outra manifestação ou outra cultura).

A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. A refeição básica do brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O prato internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e de peixes de água doce. No Sudeste há pratos diversos como o feijão tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul, que também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O brasil não possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que se destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro é um amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja, o chopp deixando o vinho para outras ocasiões.

4 – Temos processo de modelização bastante ativo na produção dos tapetes característicos da festa religiosa de Corpus Christi , como é o exemplo desta manifestação cultural/religiosa na cidade de Castelo.

a)Faça uma pesquisa sobre as origens culturais da tradicional confecção de tapetes com temáticas bíblicas em qualquer uma cidade capixaba que adote esta pratica. O que esta manifestação artístico-religiosa mantém em comum com a história da comunidade que os produz e com a sua vocação religiosa? Escreva de 500 a 1500 caracteres.

O nome, em latim, significa Corpo de Cristo. Trata-se da celebração solene do mistério da Eucaristia, o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. A Eucaristia foi instituída por Jesus na Santa Ceia, quando disse a seus apóstolos que o pão e o vinho, ali consagrados, eram seu corpo e seu sangue. A celebração acontece sempre numa Quinta-feira, em alusão à Quinta-Feira Santa.

A celebração de Corpus Christi teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado. Em 1264, o papa Urbano IV, por meio da Bula Papal "Transiturus de hoc mundo", estendeu a festa a toda a Igreja. Pediu a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos, até hoje utilizados na celebração.

A procissão com a hóstia consagrada data de 1274. Foi na época barroca, porém, que a procissão tornou-se um grande cortejo de ação de graças. No Brasil, a festa passou a integrar o calendário oficial em 1961. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior mineiro.

Serragens coloridas, cal, pó de café, casca de ovo, palha de arroz e flores colorem o grande tapete que embeleza o centro de Itu no feriado religioso de Corpus Christi. A composição do tapete de 2 mil metros de comprimento envolve o trabalho de centenas de pessoas, que vão aprendendo a técnica e a arte, com o passar das gerações. Jovens, adultos e crianças doam seu tempo e alegria, presente em cada detalhe. E, como não poderia deixar de ser, neste ano toda a tradição foi revivida.

Em Afonso Cláudio a tradição da confecção do tapete em Corpus Christi ocorre há mais de 40 anos e segundo a lenda popular “nunca chove nesse dia”. Bonita por natureza, esta festa religiosa é uma das mais belas do ano, porque traz alegria às ruas, reúne moradores, amigos e familiares, convida turistas e cria um clima fraterno entre as pessoas. Impossível ver e não admirar!

O tapete é confeccionado por membros de associações e pastorais, paróquias e comunidades de jovens, que desde cedo começam o trabalho artístico de enfeitar as principais ruas do centro de Itu. A confexão começou na noite anterior.

Ás 15 horas foi realizada uma missa na Igreja . Logo após, por volta das 16 horas, em clima de beleza e religiosidade, as ruas recebem a procissão com o Santíssimo Sacramento, com a participação de milhares de fiéis.

b)Na internet você encontra vários exemplos de tapetes característicos das festas de Corpus Christi. Escolha um exemplo e identifique que signos estão presentes e podem ser caracterizados como códigos culturais pertinentes a outra manifestação ou a outra cultura. Observe os elementos isoladamente e no conjunto. Observe também os materiais (materialidade) empregados na confecção dos tapetes e analise a relação destes com a cultura local (o que tais materiais têm de comum com a vida/atividades da comunidade que os produz) Escreva de 500 a 1500 caracteres.

A Eucaristia é o bem supremo da vida, da Igreja, o centro, o ápice da experiência de todo católico, de toda Igreja. Cristo se faz presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Eucaristia. Por meio da hóstia consagrada podemos adorar o Supremo Bem, o Senhor de todas as coisas, Jesus Eucarístico, certeza do céu.

Corpus Christi, que vem do latim, cuja tradução significa “Corpo de Cristo”, é a celebração da presença real de Jesus na Eucaristia. Todos os anos, na quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade, a Igreja celebra o dia de Corpus Christi. Mas, essa graça divina está à nossa disposição todos os dias na Santa Missa, quando os sacerdotes consagram a hóstia através das palavras: “Isto é o meu Corpo que é dado por vós”. Para nós, católicos, a hóstia se torna o Corpo de Cristo; não sua representação, mas de fato o Corpo de Cristo.

A celebração de Corpus Christi tem origem na Igreja, no século XIII, em Liège, na Bélgica, a partir de uma experiência mística da freira Juliana de Cornion, que em 1243, teria tido visões de Jesus Cristo demonstrando o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Em 1264, o Papa Urbano IV, através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja e pediu a Santo Tomás de Aquino que preparasse leituras e textos litúrgicos que até hoje são usados durante a celebração.

Desde então, a festa do Corpus Christi acontece sempre às quintas-feiras para relembrar a Instituição da Eucaristia na Quinta-Feira Santa, quando o próprio Jesus instituiu este sacramento na Última Ceia com seus apóstolos.

Com o tempo, a festa passou a contar com a procissão conduzindo a Hóstia Consagrada em um Ostensório pelas ruas das cidades. As comunidades preparam tapetes enfeitados com temas religiosos para que os fiéis caminhem sobre eles. A procissão representa a caminhada do povo de Deus, que é peregrino em busca da Terra Prometida. Olhando para o Antigo Testamento, vemos o povo que é alimentado com o maná no deserto e hoje somos alimentados pelo Corpo de Cristo, presente na Igreja. Assim, no mesmo dia, acontece a celebração da Santa Missa, a procissão com o Santíssimo Sacramento e a adoração Eucarística.

Jesus disse que “estaria conosco todos os dias até os fins dos tempos” (cf.Mt 28, 20). Na Eucaristia vemos essa promessa concretizada. O Corpus Christi é uma grande manifestação de fé do povo de Deus na presença real de Jesus na Eucaristia, que com louvores e toda a força de adoração, declara seu amor a Jesus presente na Eucaristia.

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